quinta-feira, 13 de maio de 2010



Existe antídoto para controlar o incrível Hulk?

O Incrível Hulk é um dos personagens mais conhecidos das Histórias em Quadrinhos. O enredo do incrível Hulk fez parte da revolução dos quadrinhos, iniciada com o Quarteto Fantástico. Naquele período, rotulado de ‘corrida pelo espaço’, o pessoal da Marvel Comics cresceu muito em relação à sua concorrente, DC Comics. Isso ocorreu, basicamente, pela escolha da estratégia de contextualização dos seus personagens, totamente ajustados com o espírito que impregnava aquele momento. Daí, a razão de se utilizar o efeverscente questionamento de valores morais, éticos e religiosos e, de mostrar o medo do desconhecido, que se instalava na sociedade em função das grandes pesquisas e descobertas da ciência. É só você observar que a maioria desses novos ‘super’, adquiriram seus poderes durante pesquisas científicas, diferente do que ocorria com os já afamados e ‘clássicos’ Batman, Super-Homem, Mulher Maravilha, etc. Dentre as histórias e personagens da Marvel, que refletiam esta realidade social, estava o Incrível Hulk. O personagem nasceu em 1962 nos EUA, por Jack Kirby, nos desenhos e Stan Lee, nos roteiros e argumentos. Inspirado no livro de Louis Stevenson – The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde (no Brasil, Dr. Jekyll e Sr. Hyde ou, também, O Médico e o Monstro). Mas, isso é outra história.
Na década de 80, o Incrível Hulk teve uma versão para TV, um pouco modificada, é verdade, mas tudo ‘coordenado’ (marketing puro), por um dos seus famosos criadores. Foi exatamente essa versão popular para a TV que me aproximou do tema proposto e, que estimulou minha grande empatia com o personagem. Talvez ‘Freud explique’. Eu vivia a exuberância de um adolescente...
Mas, a realidade é que você conhece bem o enredo da história do Incrível do Hulk e eu “não tô a fim” de compartilhar a história por trás da história dos quadrinhos, ainda que ache o tema super interessante (até parece nome de revista!).
Às vezes fico me perguntando (e você não tem nada com isso, é verdade) por que será, que vez por outra, volta à minha mente a a imagem dos quadrinhos? Para não ser indelicado, afirmo que existem pelo menos, em minha análise rasteira, duas explicações. A primeira é porque gosto das artes, dos desenhos, das histórias. O que me deixa agarrado à infância, e disso, com certeza, não vou, nem quero me livrar. A segunda razão de afinar com a história é que, naquela época eu vivia uma crise de ‘chamada ministerial’ massacrante. Daí, então, o medo do desconhecido e o pavor da minha consciente limitação, me empurravam para a busca das respostas essenciais da vida. De onde eu vim? Para onde vou? Qual a segurança que tenho nisso? O que fazer? Como decidir, ou ainda, por que tenho que decidir agora? Essas coisas que qualquer adolescente, pelo menos daquela década, vivia.
E agora, depois de mais de... ‘deixa pra lá’, porque voltar a história do Incrivel Hulk? Respondo novamente e, de forma comportada. Porque reli o capítulo sete do livro de Romanos:
Eu não entendo o que faço, pois não faço o que gostaria de fazer. Pelo contrário, faço justamente aquilo que odeio. Se faço o que não quero, isso prova que reconheço que a lei diz o que é certo. E isso mostra que, de fato, já não sou eu quem faz isso, mas o pecado que vive em mim é que faz. Pois eu sei que aquilo que é bom não vive em mim, isto é, na minha natureza humana. Porque, mesmo tendo dentro de mim a vontade de fazer o bem, eu não consigo fazê-lo. Pois não faço o bem que quero, mas justamente o mal que não quero fazer é que eu faço. Mas, se faço o que não quero, já não sou eu quem faz isso, mas o pecado que vive em mim é que faz. Assim eu sei que o que acontece comigo é isto: quando quero fazer o que é bom, só consigo fazer o que é mau. Dentro de mim eu sei que gosto da lei de Deus. Mas vejo uma lei diferente agindo naquilo que faço, uma lei que luta contra aquela que a minha mente aprova. Ela me torna prisioneiro da lei do pecado que age no meu corpo. Como sou infeliz! Quem me livrará deste corpo que me leva para a morte? Romanos 7. 15 a 24 BLH
Pois então, é desse caldeirão (sociedade, manifestação através da arte, história pessoal e Bíblia), que convido você a pensar comigo: Faz mesmo sentido reler o texto do apóstolo pensando no personagem das HQ? Para mim, a fala – com alguma adaptações de discurso – poderia estar tanto na boca de um quanto na do outro.
E aí, existe antídoto para o Hulk que habita em cada um de nós?
Os psicanalistas de plantão já fizeram vários estudos a respeito desse impacto dos ‘contos de fadas’ e das fantásticas histórias dos super-heróis. Vale a pena, por exemplo, dar uma olhadela no Livro de Bruno Bettelhien - Pscanálise dos Contos de Fadas, que tive de ler, enquanto estudava Artes Plásticas. Não há como negar, e não precisa ser um “psicólogo de boteco” para entender que o mundo dos super-heróis é um mundo de fantasia, produzido pela imaginação, e, por isso mesmo locus de manifestação do inconsciente . Ficou chique, né? Mas, em outras palavras, é o tal lugar (lócus) de mostrarmos quem na realidade somos. De apresentar o que está escondido em nossa ‘cachola’. Segundo um sociólogo que estudou as HQ, Jacques Marny, “eles são personagens vivos, mágicos da ilusão e da fantasmagoria, mas também são mestres do sonho e símbolo do desejo de poder” .
‘Caraca’, não sei se com você é assim, mas para mim é um achado, perceber isso. Muito curioso mesmo, observar que essa ruptura dos limites faz desses personagens um ‘super-homem’, um ‘super-poderoso’, um ‘Incrível’. E eu, (não sou eu apenas, não é mesmo?) me vejo no lugar dele. E me projeto para também superar a injustiça, resolvendo tudo sozinho, através de meus “super poderes”. Um, que como eu, que é fraco, destituído de poder e, dominado, se levanta, passa por cima de todas as suas limitações e realiza de forma extraordinária, heróica, seu intento de justiça e salva a situação. É assim que acontece com Super-homem, Homem-Aranha, nosso ‘monstro verde’, o incrível Hulk e também comigo. No entanto, como acontece comigo (pelo jeito também com o apóstolo Paulo) e com o grande ‘Gigante Esmeralda”, possuímos uma característica diferente dos demais. O poder do Hulk foi causado por um acidente, como também acontece no caso do Homem Aranha, mas o Hulk perde, diferente do “aracnídeo poderoso”, a consciência de quem era, o bom humor e a proximidade dos outros seres humanos. Isso causa ao ‘Grande e Incrível Hulk’ uma melancolia, uma dor tão grande, que ele bem poderia expressar o mesmo que o apóstolo Paulo: ‘quem me livrará desse corpo que me leva a morte’. Como, o que fazer, para controlar os efeitos da ‘irradiação’ dentro do Hulk, ou os efeitos do pecado em todos nós, seres humanos?


Afinal, existe antídoto para o Hulk que habita em cada um de nós?
Temos mesmo que aprender a conviver com essa potência para destruição que está arraigada em nossa constituição? Estamos mesmo condenados a uma vida compar-tilhada com o nosso lado mais medonho, irracional, inconsequente, incontrolável?
Continua...

2 comentários:

Heloisa dos Santos disse...

Dos personagens em quadrinhos da minha infância sempre fui apaixonada pelo Hulk. Eu não entendia o porquê. Vê-lo agora descrito tão bem e comparado comigo mesmo, entendi. Ele fez parte da minha adolescência também. Foi criado quando ainda eu não entendia a palavra, mas entendia a ação. Foi meu companheiro em uma época que televisão era um assunto muito longe da minha realidade e da minha fantasia. Assim como Pernalonga, Tio Patinhas, Mickey Mouse ele entrou nos meus sonhos e se fez presente. Mas foi diferente os outros porque ele sofria. sua dor era tão real pra mim que me deixava triste depois da leitura dos quadrinhos. Confesso, amigo,como eu gostaria de ter descoberto o antídoto pra curá-lo daquele sofrimento e fazer com que aquele jornalista seu perseguidor desaparece do planeta para sempre! Mas não consegui.Convivi e convivo com meu Hulk interior até hoje. às vezes ele adormece como no sono da Bela Adormecida. Fica muito tempo ali, quietinho... Mas de repente ressurge como um vulcão e me empurra novamente para a guerra das dúvidas. Faço ou não faço?
Agradeço a sessão no pc. Foi válido demais pra mim. Grande abraço!

Claudia Segal disse...

Seguindo a linha de raciocínio sobre se existe antídoto para o Hulk que habita em cada um de nós, creio que a resposta está no último versículo do capítulo 7 de Romanos, 25: "Graças a Deus por JESUS CRISTO, NOSSO SENHOR! De modo que, com a mente, eu próprio sou escravo da Lei de Deus; mas, com a carne, da lei do pecado."
Nos versos 1 a 6 do capítulo 7 que fala sobre a ilustração do casamento, explicita de forma prática comparando a mulher casada ligada ao marido enquanto está vivo; pois a lei, explica o apóstolo, "só tem autoridade sobre alguém apenas enquanto vive" (vers. 1). Então, vamos lá. Se o marido desta mulher morrer, ela está livre da lei do casamento e poderá se casar com outro homem, e não será considerada adúltera. Da mesma forma acontece conosco que "morremos para o mundo e ressuscitamos com Cristo"; vivemos em novidade de vida para darmos frutos de justiça para Deus. Embora ainda estejamos neste corpo corruptível, onde habita o pecado e luta contra o nosso espírito, que foi vivificado pelo Espírito Santo de Deus, e desta forma, fomos libertados da lei da morte, porque "o salário do pecado é a morte; mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em CRISTO JESUS, NOSSO SENHOR" (6.23).
Somos livres em CRISTO! E este poder sobrenatural que emerge do nosso interior - o Espírito - nos fortalece para combatermos a luta contra o pecado! O incrível Hulk aparece para fazer a justiça triunfar, afinal, esta luta do "bem contra o mal" quem vence, é claro, o BEM!
Em Romanos 8:10, 11 diz: "Mas se CRISTO está em vocês, o corpo está morto por causa do pecado, mas o espírito está vivo por causa da justiça. E, se o Espírito daquele que ressuscitou JESUS dentre os mortos habita em vocês, aquele que ressuscitou a CRISTO dentre os mortos também dará VIDA a seus corpos mortais, por meio do seu Espírito, que habita em vocês." Este é o antídoto que faz efeito justamente na hora da luta contra o mal, porque em CRISTO, SOMOS MAIS QUE VENCEDORES POR AQUELE QUE NOS AMOU! Aleluia!
Concluindo, vamos juntos prosseguir para o alvo da soberana vocação em Cristo Jesus, vamos vestir a armadura de Deus, fortalecidos pela fé no Senhor e no seu forte poder!
Que o Senhor nos capacite e nos fortaleça a cada momento.

Claudia Segal.